Cruella (2021): luxuoso, extravagante e com uma boa história de vingança, a fórmula por trás do melhor live action da Disney.
Na última semana estreou o novo
longa de comédia dramática da famosa vilã da Disney, Cruella, e já pode se
dizer que é o melhor live action já feito pelo grande estúdio. O filme conta a
história de Estella, uma garota criativa, inteligente e ambiciosa, que acaba sofrendo
uma tragédia em sua infância e precisa começar a se virar sozinha daqui para a
frente. Anos se passam e Estella cresce, agora é uma mulher que anseia ocupar
um lugar de reconhecimento na moda, chamando a atenção da Baronesa, uma famosa
estilista e design de moda. Com a aproximação das duas, segredos são
descobertos e Estella começa a mostrar sua verdadeira natureza, seu lado
rebelde e vingativo, começando a chamar a si mesma de Cruella.
Emma Stone (Estella/Cruella) e Emma Thompson (Baronesa) foram com certeza um “acerto na mosca” na escolha do elenco, as duas desempenharam tão bem seus papéis (o que não é novidade, já que ambas já faturaram o Oscar de Melhor Atriz) que não tenho receio de dizer que foi uma das, ou talvez a melhor atuação de Emma Stone nas telonas. Emma Thompson também não é estranha para nós, já que interpretou a professora Sibila Trelawey na saga Harry Potter.
A história gira em torno da relação de Estella com a Baronesa, que no início do filme tem como função o papel de mentora de Estella, acredito que fazendo referência até ao filme O Diabo Veste Prada (2006), onde Estella seria uma nova versão de Andy, personagem interpretada por Anne Hathaway e a Baronesa seria Miranda, interpretada por Meryl Streep. Mas, diferente do filme de 2006, Andy não se rebela contra Miranda e disputa os holofotes, em Cruella acontece isso, onde em certo decorrer da história, ambas veem uma a outra como rival e até inimiga. A construção e ascensão da vilã também me lembrou outro filme, Coringa (2019), onde vemos Arthur Fleck se libertando e assumindo sua verdadeira personalidade, o que se assemelha à Estella/Cruella, que tem sua complexidade muito bem construída ao longo da narrativa.
O uso das cores é outro ponto altíssimo no filme, a extravagância nas cores e o que elas representavam em cada cena e momento foi muito bem executado, por exemplo, no momento em que Estella é finalmente reconhecida e contratada pela Baronesa, vemos a cor amarela como luz de fundo, o que representava e transmitia a sensação de alegria à cena. E quando Estella faz seu primeiro vestido e é elogiado pela Baronesa, a cor do vestido é verde, sendo um dos seus significados o sentimento de orgulho. Outro exemplo é o fato de Cruella quando está “infiltrada”, no papel de Estella, usa uma peruca de cabelos ruivos (vermelho), a cor vermelha nesse sentido seria uma referência ao perigo ao redor da Baronesa. Além disso o preto e o branco são constantemente usados no filme em alusão à 101 Dálmatas (1961), ademais, também são usadas para definição de cargos mais altos e baixos na empresa da Baronesa, onde os empregados de cargo mais baixo utilizam roupas de cor branca e estilistas de cargo mais alto, e até a própria Baronesa usam roupas de cor preta, sendo Estella uma dessas, simbolizando o salto na carreira (já que antes era serviçal e usava roupas brancas), e também para mostrar que já estava proporcional à altura da Baronesa, tendo potencial para enfrentar a mesma.
Trilha sonora perfeita, com vários sucessos, como por exemplo, She’s A Rainbow – The Rolling Stones; Time of the Season – The Zombies; These Boots Are Made For Walkin’ – Nancy Sinatra; Feeling Good – Nina Simone; Hush- Deep Purple; One Way Or Another – Blondie; Should I Stay or Should I Go – The Clash; Come Together – Ike & Tina Turner, The Ikettes. O que achei interessante é o fato de ter músicas praticamente em todo o filme, juro, literalmente o filme inteiro, sem parecer algo forçado ou cansativo, pelo contrário, caiu sutilmente e funcionou muito bem.
O fato de ser ambientado numa Londres dos anos 70, juntamente com o estilo punk/rock foram ótimas referências para o figurino, maquiagem e penteados de cabelo do filme, que são os pontos que mais se destacam, me fazendo acreditar que o filme vai ser até indicado nessas categorias no próximo Oscar.
Concluindo, não sou muito fã das adaptações live actions da Disney, em alguns casos acho que chega até ser preguiça ou falta de criatividade de criar novas histórias que sejam boas o suficiente, e por isso, tem que recorrer a histórias que já fizeram sucesso no passado para fazer remakes completamente iguais a versão antiga e faturar uma boa “grana”. Mas, Cruella, é totalmente diferente disso, foi uma nova história reinventada, totalmente criativa e coesa com a original, onde nos é mostrado a história e ascensão da grande vilã, com toda a sua complexidade bem trabalhada, fazendo tanto sucesso, que, com nem uma semana após a sua estreia já foi confirmado uma sequência. Cruella é ambicioso, luxuoso, extravagante, vingativo e com uma pitada de comédia, assim como a vilã é, sendo assim, não vendo defeito algum (pelo menos nada que eu tenha percebido), e não vejo razão alguma para não dar qualquer nota que não seja a nota máxima e o título de melhor live action feito pela Disney (até agora).
Suas resenhas são as melhores! Vou assistir com certeza!
ResponderExcluirMuuuuuito obrigado!!!!!! Pode assistir que não vai se arrepender, é um dos melhores do ano :)
Excluir